Como (e por que) fazer um plano de carreira como advogado

Quando começamos nossas carreiras, focamos sempre nos objetivos e nas metas que imaginamos que nos trarão mais destaque e entusiasmo — seja por pagar bem, pela motivação, pela criatividade exigida ou por se poder trabalhar em um local que proporcione aprendizado e crescimento contínuo. É justamente aí que se pode aproveitar o plano de carreira, que serve para facilitar seu planejamento, englobando nossas principais ambições e metas.

Do mesmo modo que o plano de carreira pode servir de guia para outras profissões, também funciona como uma ótima ferramenta para impulsionar o desenvolvimento profissional em um escritório de advocacia! Está no início de sua carreira jurídica e ansioso para crescer? Gostaria de seguir um bom plano de carreira, mas não sabe nem por onde começar? Pois confira aqui as melhores informações sobre o assunto:

O que viria a ser um plano de carreira?

O plano de carreira é uma orientação de cargos e salários realizada entre a empresa e o funcionário, por meio do qual o colaborador distingue o momento em que se encontra e pode traçar suas metas profissionais e os passos que serão necessários para atingi-las. Com os objetivos definidos ficará bem mais fácil traçar um planejamento pessoal e até mesmo saber que posições será possível conseguir na empresa. Além do mais, um bom plano de carreira deve conter outras perspectivas fora do âmbito profissional, englobando também vida pessoal, comunitária e familiar.

Para que serve um plano de carreira?

O plano de carreira serve para auxiliar o profissional a identificar do que mais precisa no momento para assim crescer na profissão, assim como para definir as atividades extras que podem ser realizadas e as habilidades a serem melhoradas. Sem dúvida, você deve avaliar se o salário é, no momento, o principal foco de sua atenção. Talvez seja válido se manter por mais tempo em um escritório que ofereça a oportunidade de reter mais conhecimentos e aprimorar seus talentos. Muitas empresas e escritórios de advocacia criam um ambiente que proporciona contínuo desenvolvimento e crescimento, conseguindo segurar os talentos por mais tempo.

O que é necessário ter no plano de carreira?

Não há uma única forma de aproveitar os planos de carreira que os escritórios oferecem. Tudo depende do seu momento, do que você quer conquistar e do que a empresa tem a proporcionar para os advogados que estão começando suas jornadas. Dentro da perspectiva do plano de carreira que o escritório traz, o segredo é se manter realista, elaborando metas alcançáveis, que não fujam do arranjo de cargos e funções da organização onde trabalha atualmente.

Além do mais, torna-se bastante conveniente ter uma boa especialização ou curso. Dessa forma, os novos conhecimentos vão torná-lo mais apto para trabalhar nos cargos e setores que tanto deseja. Outra boa dica é aproveitar alguns serviços como advogado correspondente, o que pode ser feito em paralelo a seu trabalho no escritório ou empresa, dando mais experiência para atuar dali para frente.

O importante mesmo é que o plano de carreira seja vantajoso tanto para a empresa como para o funcionário. Por isso, a inclusão dos interesses das duas partes deve ser feita de maneira ética, de forma a resultar no crescimento da instituição e do colaborador.

Para você se tornar um Expert em liderança, não deixe de conferir nosso artigo com 4 dicas de gestão de pessoas para seu escritório.

E para você, quais são os pontos mais importantes que não podem faltar em um plano de carreira? Compartilhe suas ideias conosco aqui nos comentários!

 

Grandes Advogados da História do Brasil: Sobral Pinto

O advogado só é advogado quando tem coragem de se opor aos poderosos de todo gênero que se dedicam à opressão pelo poder. É dever do advogado defender o oprimido. Se não o faz, está apenas se dedicando a uma profissão que lhe dá o sustento e à sua família. Não é advogado
Sobral Pinto.

O mineiro Heráclito Fontoura Sobral Pinto, nascido em 5 de novembro de 1893, foi um dos juristas mais importantes da história do Brasil, tendo participado de praticamente todos os eventos marcantes de nosso país, ao longo do século XX. Nos dois governos totalitários enfrentados pelo Brasil, o Estado Novo de Vargas e a ditadura militar, ele foi um ferrenho defensor dos Direitos Humanos dos presos políticos. Além disso, foi um dos membros mais importantes da Ordem dos Advogados do Brasil e conselheiro de seu clube de futebol do coração, o América-RJ.

A série “Grandes Advogados da História do Brasil”, que já contou as histórias de Ruy Barbosa e Luís Gama, hoje irá falar de mais um grande causídico, que deixou sua marca na luta por um país mais justo e igualitário. Continue lendo para saber mais sobre este famoso advogado!

Primeiros anos

Sobral Pinto nasceu numa família humilde em Barbacena, em 1893 e, foi estudar no Rio de Janeiro, na Faculdade Nacional de Direito, a atual UFRJ, onde se formou. Durante a década de 1920, o advogado participou da defesa do Hotel Copacabana Palace. O luxuoso edifício foi planejado para ser inaugurado em 1922, no centenário da independência do Brasil, porém, sua obra atrasou, de forma que ele só abriu as portas dois anos depois.

Durante esse período, porém, o governo realizou sua primeira tentativa para proibir os cassinos e jogos de azar. O problema era que a família Guinle, proprietária do Hotel, já havia gastado uma fortuna no cassino, e não queria perder o investimento. Assim, contrataram um então jovem Sobral Pinto, na época com 30 anos, para derrubar a proibição. A defesa do advogado foi tão brilhante que a licença para o funcionamento dos cassinos foi prorrogada por mais alguns anos, até a sua proibição definitiva, em 1946, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra.

Defesa de Luís Carlos Prestes e Harry Berger

Pinto era católico fervoroso (tinha o costume de frequentar a missa todos os dias) e também anti-comunista. Mesmo assim, não deixou de lutar pelos direitos humanos de pessoas com quem ele possuía divergências ideológicas, nomeadamente os comunistas Luís Carlos Prestes (fundador da Coluna Prestes) e Harry Berger.

Em 1935, ocorreu a insurreição conhecida como Intentona Comunista, liderada por Prestes e o alemão Berger, que pretendia combater os desmandos do Governo Vargas. Porém, a revolta foi sufocada e seus principais líderes presos. Berger, um ex-deputado na Alemanha, foi levado pelas forças de segurança do governo, e, junto à sua esposa Elise (que depois seria deportada para um campo de concentração nazista, onde viria a falecer), foram barbaramente torturados, não só pelos agentes brasileiros, liderados pelo sádico Filinto Muller, como também por homens da Gestapo, a polícia secreta de Hitler.

Ciente situação deplorável de Prestes e Berger, a OAB fluminense convocou um advogado que, nos últimos anos, vinha fazendo seu nome como um ferrenho combatente a favor dos direitos humanos. Sobral Pinto podia não concordar ideologicamente com seus clientes, mas tinha a plena convicção de que, na condição de seres humanos, não mereciam sofrer tratamento tão deplorável.

Sua defesa de Berger tornou-se célebre por invocar um artigo de uma lei inusitada: a Lei de Defesa dos Animais. Consta que, ao não encontrar um fundamento jurídico que permitisse uma defesa satisfatória para Berger, Pinto pesquisou e encontrou a brecha necessária na decisão do juiz paranaense Antonio Leopoldo dos Santos que condenou João Mansur Karan à prisão por ter morto à pancadas um cavalo de sua propriedade. Os argumentos do habeas corpus de Berger foram baseados no Decreto de Proteção e Defesa dos Animais. Afinal, o código estabelecia que todos os animais no País são tutelados pelo Estado, que, desta forma, deve protegê-los de maus tratos. A lógica de Sobral Pinto era simples, mas brilhante: se até um animal tem seu direito reconhecido pelo Estado, porque um ser humano não teria também direito a um tratamento digno?  “Ora, senhor juiz, o Tribunal de Segurança Nacional, mais do que qualquer outra instituição do País, deve honrar a palavra do excelentíssimo senhor presidente da República, que, em circunstâncias tão solenes – como já acentuado -, assegurou, reiteradamente, a toda a nação, que nenhum preso político seria tratado com desumanidade”, argumentou o advogado.

Por fim, Berger finalmente teve condições mais dignas garantidas pela justiça. Ele eventualmente seria libertado pela anistia concedida aos presos políticos, em 1945, e viria a retornar para a Alemanha dois anos depois. Infelizmente, por causa das brutais torturas sofridas no cárcere, Berger (um renomado teórico, que havia passado anos estudando em bibliotecas nos Estados Unidos) nunca mais recuperaria sua sanidade, e viria a morrer em 1959, aos 68 anos, num manicômio na cidade de Eberswalde.

Prestes também viria a ser libertado por causa da mesma lei, em 1945. Inicialmente resistente em se submeter aos “Tribunais de Getúlio”, Sobral precisou de muita persistência para convencer o líder comunista a representá-lo. Mesmo apesar de suas profundas divergências ideológicas, os dois permaneceram amigos até a morte de Prestes, em 1990.

Ditadura Militar

Ao longo dos anos, Pinto teria entre seus clientes alguns dos personagens mais famosos e importantes da história do Brasil, tanto pela esquerda (Carlos Marighella, Miguel Arraes, os citados Prestes e Berger, o líder das Ligas Camponesas Francisco Julião), quanto pela direita (Carlos Lacerda, Plínio Salgado e seus integralistas). Porém, engana-se quem pensa que seu trabalho consistia em defender apenas os “figurões” da época: Sobral se dedicava com o mesmo afinco a defender qualquer cidadão, mesmo os mais pobres, em apuros contra os abusos de governos pouco democráticos.

Em 1955, Sobral cria a Liga de Defesa da Legalidade, que tinha como objetivo lutar pela democracia e pelas eleições para a Presidência. Ele defendeu as posses mesmo de presidentes a quem ele se opunha ideologicamente, como Juscelino Kubitscheck e João Goulart.

Por causa de suas posições ideológicas, Pinto inicialmente apoiou o golpe militar, em 1964, mas logo mudou de ideia, ao perceber a postura ideológica do regime. Assim, naquele mesmo ano, foi ele quem primeiro se referiu ao regime como uma ditadura.

Sobral Pinto se tornaria célebre por não cobrar honorários dos presos políticos a quem passou a defender dos abusos dos militares. Ele atuou na defesa durante o episódio que ficou conhecido como “o caso dos nove chineses”, em que os cidadãos orientais foram injustamente presos e torturados pelo regime, por causa da paranoia da época da Guerra Fria.

Sua atuação combativa em favor dos direitos dos presos políticos, claro, enfureceu os governantes da época. Poucos dias depois do infame AI-5, Sobral foi preso em Goiânia – embora, para desespero dos militares que vieram prendê-lo, ele não tenha ido calado e passivo. “Meu amigo, o marechal Costa e Silva pode dar ordens ao senhor. Ele é marechal, o senhor major. Mas eu sou paisano, sou civil. O presidente da República não manda no cidadão. Se esta é a ordem, então o senhor pode se retirar porque eu não vou”, disse valentemente ao militar que veio levá-lo. Mesmo assim, ele foi levado, aos berros e de pijama, para o quartel, num episódio constrangedor para o governo (na época, Sobral tinha setenta anos e era o maior advogado do Brasil).

Diz-se que, pouco depois, o próprio presidente Costa e Silva, em pessoa, convocou o advogado para uma “conversa” particular. Desta vez, querendo evitar um novo escândalo, um hábil e educado coronel foi chamado para conduzir Sobral de sua casa até o Palácio Guanabara, onde o presidente o aguardava. Novamente, ele resistiu, porém, por fim, acabou cedendo (“Doutor, não me obrigue, por favor, a usar a força.  Não é o meu feitio.  Iria me sentir muito mal carregando o senhor de pijama, faça a gentileza de me acompanhar”, havia dito o coronel). Até hoje, o conteúdo da conversa entre o advogado e o presidente é um mistério.

Diretas Já

Já ao final da ditadura, em pleno processo de redemocratização, Sobral se dedicou a participar da campanha das Diretas Já. Aos 90 anos (!), o velho advogado causou sensação ao participar do histórico Comício da Cinelândia, em que citou o artigo da antiga Constituição Brasileira: “Todo o poder emana do povo, e em seu nome será exercido”.

Sobral Pinto manteve-se ativo até a sua morte, em 30 de novembro de 1991, aos 98 anos. Hoje considerado um dos maiores advogados do Brasil, ele empresta seu nome ao prédio da sede da Seccional da OAB do Rio de Janeiro. E, em 2011, foi criada a Medalha Sobral Pinto, criada para homenagear os advogados com mais de 50 anos de profissão e que contribuíram para a evolução da advocacia. Dois anos depois, foi lançado o documentário Sobral – O Homem que Não Tinha Preço, dirigido por Paula Fiuza, sobre a vida do próprio.

 

 

Advogado recém-formado: 9 dicas para ter sucesso

Ser um advogado recém-formado pode apresentar alguns desafios extras para quem ainda está dando os primeiros passos na carreira jurídica, afinal de contas, o mercado nem sempre é aberto a novos profissionais, conseguir os primeiros clientes é difícil, além de que sempre há dúvidas em relação à forma mais adequada de fazer o marketing do próprio trabalho. Quer saber como ter sucesso nesse contexto? Pois confira já nossas dicas:

Invista em networking

Quem está apenas começando na carreira jurídica não pode de forma alguma negligenciar o networking. Aliás, deve-se investir nesse aspecto desde a faculdade, afinal, seus colegas de sala eventualmente também trabalharão nos departamentos jurídicos de empresas, setores públicos, em outros escritórios e assim por diante. Pensando nisso, procure manter bons relacionamentos profissionais com essas pessoas, que podem vir a ser contatos importantes para seu futuro.

Aprenda com a experiência

Que tal ter um mentor ou um advogado mais experiente com quem possa contar em momentos de dúvidas e dificuldades? Pense bem: esse apoio pode ajudá-lo a tomar decisões mais estratégicas e evitar erros de percurso típicos de iniciantes.

Foque no primeiro cliente

Tenha como objetivo inicial conquistar e atender bem seu primeiro cliente. E no início da carreira esse cliente provavelmente surgirá a partir da indicação de pessoas próximas a você, que já conhecem sua competência e podem chancelar seu trabalho. Lembre-se de que essa pode ser a porta de entrada para muitos outros trabalhos!

Escolha uma especialidade

Em que área da advocacia você pretende atuar? Tudo bem que um advogado recém-formado não pode escolher demais, já que conseguir os primeiros clientes já pode se mostrar um desafio suficientemente grande, mas é importante sim ter algum direcionamento até para focar melhor seus esforços de divulgação do trabalho.

Uma boa dica é o Direito Digital. Para se aprofundar mais sobre o assunto, não deixe de conferir o artigo: Você sabe o que é Direito Digital?

Use ferramentas tecnológicas

Hoje em dia é simplesmente impossível negligenciar os benefícios da tecnologia em qualquer área. E no ramo jurídico não seria diferente. Por isso, crie um perfil institucional nas redes sociais, publique artigos on-line e crie uma newsletter para divulgar seus serviços. Você vai se impressionar com os resultados dessa estratégia!

Aposte no marketing pessoal

Além de usar bem essas ferramentas tecnológicas, é importante pensar em estratégias de marketing pessoal. Pensando nisso, crie uma identidade visual que transpareça os valores do seu escritório, publique conteúdo relevante para seus clientes e marque presença como patrocinador em alguns eventos. E se quiser mais dicas sobre como executar esse marketing pessoal, aprenda 4 técnicas de marketing que todo advogado precisa conhecer!

Entenda seu público-alvo

Quem são seus clientes em potencial? Que tipo de pessoas você quer atingir: empresas de médio porte, empreendedores individuais, pessoas físicas? Pense sobre o perfil de seu público-alvo antes de elaborar estratégias de marketing pessoal e de divulgação de seus serviços para que suas táticas funcionem como devem.

Tenha uma apresentação profissional

Independentemente de sua área de atuação ou das plataformas nas quais você pretende divulgar seus serviços, você deve ter uma apresentação profissional, que vai desde a confecção de cartões e da criação de um site institucional até a criação de uma apresentação digital de seus serviços.

Administre bem seu negócio

Principalmente se você for abrir um escritório de advocacia, é imprescindível ter também habilidades administrativas em seu currículo. Isso significa, por exemplo, preocupar-se com aspectos contábeis, de gestão de pessoas e de planejamento orçamentário.

Essas dicas certamente o ajudarão a construir uma base de clientes mais sólida e a superar os desafios inerentes a esse início de carreira. Então mãos a obra! Ah, e aproveite também para baixar nosso Guia definitivo do advogado recém-formado!

 

Dicas para alcançar uma promoção no escritório de advocacia

Todo profissional que se preze e que ama seu trabalho busca evoluir na carreira. E é por isso que muitos fazem absolutamente de tudo para conseguir as tão desejadas promoções! O problema é que, especialmente no universo jurídico, a constante competitividade do mercado torna essa uma missão bem complexa. Mas existem algumas dicas que auxiliam a se destacar dos demais funcionários, chamando assim a atenção dos gestores. Quer ser promovido no seu escritório e não sabe como? Então fique de olho, porque separamos no post de hoje 7 ótimas dicas para ajudá-lo a alcançar esse objetivo. Confira:

Dedique-se ao máximo

Enquanto aquela promoção tão desejada não aparece, é essencial que o profissional se entregue ao máximo e seja muito dedicado, fazendo sempre seu melhor. Nesse sentido, demonstrar constante interesse e um crescente aprendizado é fundamental. Outra dica importante é não ser desleixado no que diz respeito à aparência e nunca chegar atrasado, estando sempre disponível para a empresa quando ela precisar dos seus serviços.

Tenha um plano de carreira

É essencial que o profissional faça um bom planejamento e liste suas obrigações e prioridades, além de refletir sobre o que deseja alcançar no futuro dentro da empresa. Com tudo organizado certamente ficará mais fácil perceber o que deve ser melhorado ou modificado, tornando mais fácil a conquista das metas almejadas.

Esteja sempre atualizado

O advogado deve se manter sempre atualizado, procurando por cursos e quaisquer outros métodos para melhorar suas habilidades e assim dar um upgrade em seu currículo e suas experiências. Cursos intensivos de alguma língua estrangeira ou de especialização em alguma área mais técnica são uma ótima pedida. Na verdade, há muitas opções possíveis por aí, bastando que o advogado tenha iniciativa para aproveitá-las.

Analise seu desempenho

Procure sempre avaliar seu próprio trabalho, preferencialmente contando com a ajuda de algum gestor. Atente-se para seus pontos positivos e busque entender se está fazendo algo errado, para assim fazer modificações e melhorar seu desempenho. Uma autoavaliação periódica mostrará para o chefe que você está realmente determinado a conseguir o que deseja.

Invista em networking

É essencial que o advogado tenha um bom relacionamento com a equipe do local em que trabalha, principalmente com aqueles funcionários de áreas diferentes. Com esse networking será possível ter um melhor entendimento da empresa no geral e, assim, contribuir para vários projetos. Tudo isso demonstrará que o advogado está realmente interessado e conectado com o escritório.

Demonstre iniciativa

Não espere ser chamado para um serviço para realizá-lo e antes mesmo de passar todos os problemas para o chefe do escritório, tente pensar em alguma solução viável para o problema. O ideal é colocar essas ideias em prática, visto que todo chefe quer ter funcionários que facilitem o desempenho do escritório sem precisar ficar cobrando toda hora por isso.

Esteja sempre motivado

A motivação faz com que os funcionários trabalhem com mais dedicação e menos preocupação. Dessa forma, é fundamental que o advogado consiga se manter bastante motivado, sem contar obrigatoriamente com algum impulso externo — como um elogio do gestor, por exemplo. Lembre-se de que bons líderes se guiam sozinhos e não realizam apenas aquilo que lhes é pedido.

Conseguir ser promovido infelizmente não é tão simples como gostaríamos, mas seguindo essas dicas certamente será mais fácil atingir o que quer! Além disso, baixe agora mesmo nosso e-book:  O Guia Definitivo do Advogado Recém-Formado e aumente suas chances.

Mas você sabe de outras dicas fundamentais para o advogado conseguir uma promoção no escritório?

Compartilhe suas opiniões conosco!

 

Perspectivas de carreira para novos advogados

A área jurídica oferece muitas oportunidades de trabalho, indo desde os segmentos mais tradicionais — como o criminal e o civil — a setores novos, que estão crescendo e, por isso, ainda não contam com mão de obra suficiente — como é o caso do setor desportivo e da área relacionada à internet. Já pensou que, como a demanda é recente e ainda faltam profissionais especializados, esses segmentos provavelmente oferecem uma boa remuneração? Está perdido diante da vasta gama de carreiras jurídicas disponíveis no mercado hoje em dia? Pois nós queremos ajudar! Pensando nisso, separamos no texto de hoje 5 dos setores que mais prometem para os próximos anos. Então trate de agarrar alguma dessas possibilidades!

Direito da internet

Atualmente no Brasil ainda há poucas leis sobre a segurança da informação na internet. Dessa maneira, os advogados que desejam atuar nessa área podem ter como foco a reparação de danos morais ocasionados por delitos cometidos virtualmente ou o trabalho em casos de divulgação não autorizada de arquivos íntimos, pirataria, difamação e muito mais. O terreno é vasto!

Para aprofundar mais sobre o assunto, não deixe de conferir o artigo: Você sabe o que é Direito Digital?

Direito do entretenimento

Nessa área, o trabalho é voltado para a regulamentação de grandes eventos, como festivais e shows, com o advogado trabalhando na elaboração de licenças e contratos de artistas para o devido acontecimento. Isso sem contar que também existe a opção de atuar no setor de liberdade de expressão e direitos autorais, igualmente rico.

Direito ambiental

Ainda não muito explorada pelo mercado, essa área vem se destacando cada vez mais, apresentando-se como um segmento promissor para os advogados iniciantes. Alguns casos relativamente recentes destacam ainda mais a necessidade de se contar com bons profissionais na área, a exemplo do contexto da usina de Belo Monte e as batalhas de liminares travadas para que o leilão não ocorresse. Sobre os setores de petróleo e gás, os profissionais trabalham com a regulamentação e a exploração das matrizes energéticas. Além do mais, também há a alternativa de se trabalhar com indenizações por danos ambientais e energia sustentável, temas a cada dia mais em voga.

Direito desportivo

Nessa área, o profissional tem que estar preparado para tratar das relações ocorridas nas atividades desportivas — como as transações de compra e venda de jogadores de futebol para algum time, por exemplo. Assim, é necessário que ele aprenda sobre indenizações, pagamento de multas, penalidades direcionadas para os atletas que cometem infrações em alguma competição e assim por diante.

Direito societário

Nesse setor em especial, o advogado se especializa em fusões e aquisições de empresas. Para tanto, o profissional precisa trabalhar com conflitos entre sócios, como com a atuação de acionistas e o controle da participação de cada um, por exemplo.

Pronto para se destacar da concorrência com muito estudo e dedicação na exploração dessas novas possibilidades? Para os iniciantes, há uma vasta gama de cursos, que vão desde os de extensão, com conhecimentos básicos sobre a área, até os mestrados e doutorados, mais aprofundados. Isso sem contar que ainda existem os mestrados profissionalizantes, que aplicam uma visão distinta da academia, com perfil mais voltado para a atuação no mercado de trabalho. Já sabe por onde começar?

Agora comente aqui e nos conte: que outra área jurídica você acredita ser promissora? Compartilhe sua opinião sobre o assunto nos comentários abaixo! E não deixe de conferir o nosso post Acabo de me formar em Direito: afinal, quais são as opções a partir de agora?

 

4 séries imperdíveis para advogados disponíveis atualmente no Netflix

Aqui no Blog Juris Correspondente já falamos diversas vezes sobre séries e filmes jurídicos, que podem ser de grande interesse dos advogados e estudantes de Direito. Porém, caso você tenha se interessado, talvez tenha ficado em dúvida sobre como encontrar tais programas.

Assim, resolvemos trazer para nossos leitores as melhores séries e filmes jurídicos que podem ser encontrados no Netflix, a principal plataforma para se assistir a programas e longas de todas as épocas e gêneros.

Pronto? Então faça seu login no Netflix, e vamos começar!

Suits

Este drama legal estreou em 23 de junho de 2011, no canal USA, nos EUA, e desde então se tornou uma das séries de maior audiência da TV a cabo americana. Ela conta a história de Mike Ross (Patrick J. Adams), um jovem que abandonou a faculdade de Direito, apesar de sua inteligência e sagacidade. Mesmo assim, ele convence Harvey Specter, um dos principais advogados de Manhattan, a lhe dar um emprego em seu renomado escritório.

Assim, começa uma relação de amizade mútua entre os dois advogados. Afinal, enquanto Mike ainda tem muito a aprender sobre o Direito com Harvey, a simpatia e a preocupação do primeiro irão lembrar o segundo, aparentemente um sujeito frio e sem emoções, do porque ele resolveu advogar em primeiro lugar. Paralelamente, a dupla ainda precisará manter o segredo de Mike escondido de todos, em especial do arqui-inimigo de Harvey, Louis.

A série atualmente exibe sua quinta temporada nos EUA, com a sexta já confirmada para 2016. O Netflix possui oito temporadas.

How to Get Away With Murder

Um dos principais sucessos da TV americana na última temporada, How to Get Away with Murder é a história de quatro estudantes de Direito, Michaela, Wes, Laurel e Patrick, que se esforçam para cair nas graças da sedutora e imponente professora de Direito Penal Annalise Keating (Viola Davis). Os jovens passam a trabalhar com Annalise em seu conceituado escritório, na Flórida, e logo são envolvidos numa misteriosa e chocante trama de assassinato e conspiração.

Criada por Shonda Rhimes, responsáveis por alguns dos dramas de maior audiência da televisão dos Estados Unidos, como Grey’s Anatomy e Scandal, How to Get Away with Murder é um drama denso, repleto de reviravoltas chocantes, que vão manter a audiência presa do começo ao fim. A performance de Viola Davis como a protagonista Annalise Keating, inclusive, lhe rendeu um Emmy de melhor atriz, na última cerimônia – fazendo história como a primeira vez em que uma atriz negra vence o prêmio.

A série começou a exibir sua segunda temporada nos EUA na segunda-feira, dia 24 de setembro. Porém, enquanto ela não chega oficialmente ao Brasil, aproveite para acompanhar o primeiro ano da série, atualmente disponível na Netflix.

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Better Call Saul

Spin-off do aclamado drama Breaking Bad, Better Call Saul conta a história do advogado do título antes anos de seu fatídico encontro com Walter White e Jesse Pinkman. Na época em que a série se passa, o futuro Saul Goodman ainda é conhecido como James “Jimmy” McGill (Bob Odenkirk), um advogado de Albuquerque que ainda tenta se firmar na carreira. Frustrado por ter sido demitido do rico e grandioso escritório Hamlin, Hamlin & McGill, Jimmy leva uma vida complicada, sendo obrigado a trabalhar numa salinha minúscula nos fundos de um salão de beleza (!).

Depois de lidar com toda sorte de bandidos e criminosos ao longo da temporada, ele finalmente recebe sua chance de crescer na carreira, ao desvendar o caso de uma fraude em um asilo. Porém, segredos do passado de Jimmy, bem como sua relação com seu irmão mais velho, Charles “Chuck” McGill (um famoso advogado e co-fundador do Hamlin, Hamlin & McGill, mas que passa seus dias em casa, por sofrer de uma bizarra doença), podem vir a jogar sua vida num caminho mais sombrio.

Better Call Saul foi aclamada pela crítica durante sua exibição, e indicada a 4 Emmys, inclusive de Melhor Série Dramática e Melhor Ator para Odenkirk. No Brasil, após ver o sucesso que Breaking Bad fazia no serviço de streaming, a Netflix comprou os direitos exclusivos de exibição, com os episódios estreando logo após irem ao ar nos EUA. Os dez episódios da primeira temporada estão disponíveis atualmente no serviço, bem como as cinco temporadas de Breaking Bad. Vale a pena conferir.

The Good Wife

“Queridinha” da crítica de televisão americana desde sua estreia, em 2009, no canal estadunidense CBS, The Good Wife conta a história de Alicia Florrick (Julianna Margulies), uma advogada que é obrigada a retomar sua carreira após seu marido, o político Peter Florrick (Chris Noth) ser envolvido num escândalo sexual. Precisando sustentar os dois filhos adolescentes após a prisão do marido, Alicia retoma o trabalho na firma Stern, Lockhart & Gardner, comandada por Will Gardner (Josh Charles), um antigo colega da universidade.

Combinando um roteiro inteligente e uma excelente atuação de Julianna Margulies como a protagonista, The Good Wife recebeu excelentes críticas, e diversas indicações aos principais prêmios televisivos. Margulies, por seu papel, foi a vencedora de um Emmy, um Globo de Ouro, e duas vezes do SAG (o prêmio dado pelo Sindicato dos Atores).

A série atualmente irá estrear sua sétima temporada nos EUA. No Brasil, ela já foi exibida pelo Universal Channel, e hoje tem seus cinco primeiros anos disponíveis na Netflix. Se você ainda não assiste, não deixe de conferir um dos melhores shows em exibição da atualidade!

E aí, gostou das sugestões de hoje? Tem outra série jurídica no Netflix que não mencionamos aqui, e que você gostaria de acrescentar? Deixe seus comentários abaixo e aproveite para conferir nosso e-book com 50 Filmes e 10 Séries que Todo Advogado Precisa Conhecer.

 

Abrindo um escritório? 6 dicas para uma administração impecável

Especialmente no que diz respeito à administração financeira do escritório, é mais que comum que advogados iniciantes se sintam um pouco perdidos. Mas a verdade é que este trabalho não é tão difícil assim e, basicamente, com um bom planejamento e o devido controle da gestão financeira fica bem mais fácil administrar qualquer novo negócio!

Está abrindo um escritório e não sabe como realizar adequadamente o controle financeiro dele? Pois confira as dicas que separamos para você:

Faça um fluxo de caixa

Primeiramente, é fundamental que o advogado faça um fluxo de caixa, registrando e controlando entradas e saídas, com o objetivo de manter uma boa administração de seu escritório. Contando com essa ferramenta, o profissional ficará por dentro de todas as contas do escritório, o que tem que pagar, o que tem que receber, lançamentos futuros e quaisquer outras movimentações financeiras tanto de débito como de crédito.

Organize seus custos

Para organizar as finanças do escritório, é necessário saber direitinho para onde vão os recursos. Somente com essa análise financeira se torna possível perceber os gastos desnecessários e o que se pode fazer para evitá-los. Lembre-se de que, ao reduzir os custos que não valem a pena, o serviço se torna automaticamente mais eficiente, gerando como consequência uma maior eficácia na produtividade.

Diferencie as despesas

É muito importante fazer uma divisão das despesas pessoais que o advogado possui com os gastos do escritório. Só assim é possível saber como anda o retorno do seu estabelecimento jurídico. A desorganização e a mistura das despesas pessoais com as profissionais pode gerar uma confusão considerável, ocasionando problemas muitas vezes até irreversíveis para o escritório.

Precifique bem os serviços

Precificar um serviço é uma das partes mais importantes de qualquer negócio, mas muitos advogados têm dúvidas quanto ao valor de seus honorários. Nesse sentido, uma boa dica é considerar os custos diretos e indiretos que fazem parte do serviço, juntamente com o tempo gasto para cumprir as tarefas de cada cliente. Realizar uma pesquisa com outros escritórios também ajuda ao oferecer parâmetros para comparar e ver se o valor que pretende cobrar pelo serviço está compatível com o praticado pelos demais concorrentes. Ao precificar da maneira certa, o fluxo constante de clientes é determinado, além do equilíbrio dos recursos no escritório.

Contrate um contador

Muitos jovens empreendedores pensam ser desnecessário contratar um contador para a análise dos fluxos financeiros, mas é, sim, muito importante contar com a ajuda desse tipo de profissional, que pode organizar as finanças e fazer um bom planejamento para o negócio. Exatamente com isso em mente, muitos escritórios já inclusive contam com funcionários que têm como especialidade a área contábil para analisarem com o devido gabarito a saúde financeira do negócio e saberem o que pode ser melhorado ou modificado.

Cuide da segurança dos dados

Perder informações e documentos importantes sobre processos e clientes pode ser um dos piores pesadelos de qualquer advogado. Dessa forma, é fundamental que todos esses dados sejam guardados com muita segurança. Para isso, uma boa dica é armazená-los na nuvem — sistema totalmente online — a fim de garantir mais segurança e não precisar se preocupar com antivírus ou soluções contra fraudes.

Nesse caso, outra vantagem diz respeito à acessibilidade, já que o profissional passa a não precisar se deslocar até o escritório sempre que precisar buscar dados de um determinado processo ou cliente, podendo acessá-los de qualquer lugar, desde que esteja conectado à internet.

Quer saber mais dicas sobre gestão financeira de escritórios? Baixe gratuitamente nosso Guia de redução de custos para escritórios de advocacia.

Tem outras dicas que queira compartilhar conosco? Comente aqui e enriqueça nosso post!

 

Os dez mandamentos do marketing jurídico

Atualmente, o marketing jurídico se tornou uma estratégia de negócios para o profissional de advocacia que quer se destacar no mercado. Se no passado bastava ao advogado fazer um bom trabalho e sua reputação e renome estariam garantidos, hoje também é preciso fazer marketing para se destacar no meio jurídico e conquistar mais clientes.

Isso porque as empresas prestadoras de serviços concorrem com o advogado, fazendo com que esse profissional, além de se aperfeiçoar, busque alternativas estratégicas para cativar o público e se manter no mercado. Uma dessas estratégias é, justamente, o marketing jurídico.

Para elucidar a questão, este blog post falará sobre os dez mandamentos de uma boa estratégia de Marketing Jurídico. Mas, antes, é preciso abordar as limitações impostas ao advogado para o exercício da publicidade pelo Código de Ética da OAB. Boa leitura!

Limitações ao Marketing Jurídico

O Código de Ética e Disciplina da OAB impõe algumas restrições ao marketing jurídico, como forma de preservar o decoro da profissão. Veja algumas delas:

Anúncio em rádio e em televisão

O Código de Ética veda expressamente a veiculação de anúncios de serviços advocatícios em rádio e em televisão. Além disso, determina que, caso o advogado participe de programa, reportagem ou de entrevista em um desses meios, sua participação deve ter caráter educacional e instrutivo, e nunca propósito de promoção pessoal ou profissional.

Ainda que a fala do advogado seja eminentemente educativa, ele deve se abster de participar habitualmente e jamais debater as causas sob o seu patrocínio.

Promoção de serviços advocatícios em eventos estranhos à área jurídica

A participação do advogado em eventos jurídicos pode e deve acontecer. No entanto, em eventos estranhos à área jurídica, ainda que o advogado esteja presente e participe de alguma forma, fica impedido de promover seus serviços. Não é permitido, por exemplo, que o advogado promova seu serviço como especialista em Direto Ambiental em uma feira de preservação do meio ambiente.

Além disso, é vedado pelo Código de Ética qualquer anúncio de serviços profissionais jurídicos em conjunto com outra atividade como, por exemplo, a de contabilidade.

Referências a valores de serviços

O advogado pode anunciar seus serviços, desde que com discrição e sem conter fotografias, ilustrações ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia. Além disso, o anúncio não pode fazer referência a valores, tabelas, gratuidade de serviço, forma de pagamento e qualquer outra expressão que possa confundir o público.

Eventual anúncio também não pode conter nenhuma informação sobre serviço jurídico suscetível à captação de clientes.

Para não restar qualquer dúvida quanto ao princípios éticos da OAB, confira o nosso e-book: O Código de Ética da OAB e seus principais pontos.

Os 10 mandamentos do marketing jurídico

1. Genuíno interesse

Tenha em mente que as pessoas contratam serviços advocatícios baseadas no interesse próprio, na busca de soluções para os próprios problemas. Então, não se trata da pessoa do advogado, da sua formação ou de suas conquistas, mas sim sobre suas condições de resolver um determinado problema.

É por isso que, mesmo ao se encontrar com um potencial cliente, o advogado deve demonstrar genuíno interesse ao ouvir e ao responder. E aqui um conselho importante: ouça 75% e fale apenas em 25% do tempo. Empatia é imaginar-se enfrentando o mesmo problema do potencial cliente e demonstrar que se estivesse na posição dele, muito provavelmente também estaria se sentindo de forma semelhante.

Demonstrar ao cliente que se importa é de fundamental importância para evoluir a conversa e progredir para o fechamento de um contrato.

2. Relacionamento

O marketing desenvolvido por um profissional de direito é relacional. Significa que toda mensagem que o profissional direciona ao cliente deve ter um conteúdo relevante para solucionar algum aspecto da vida dele.

Obviamente, esse conteúdo tem relação íntima com a sua especialidade, mas deve ser promovido em caráter informativo. O conteúdo recorrente aumenta a sua visibilidade, reforça a sua autoridade e constrói laços de confiança com o seu público alvo. Esses elementos são aspectos naturais do relacionamento.

Pare e pense. Em um lugar diferente, ao redor de com pessoas desconhecidas, é necessário um tempo para aproximação. É um processo de três fases: 1) conhecer as pessoas (visibilidade); 2) criação da impressão sobre elas a partir de como elas se comunicam (autoridade); 3) por fim, a continuidade dessa comunicação transforma-se em relacionamento e os laços de confiança se estabelecem.

Como profissional, é importante que se tenha conhecimento sobre esses aspectos para poder empenhar-se nas fases de construção dos vínculos de confiança com seu potencial cliente.

3. Motivação

Geralmente, as pessoas que procuram por um advogado para a solução de um problema estão fragilizadas. Primeiro porquê muitas vezes terão que falar de um erro cometido em algum momento na vida ou sujeição a algum dano. Se o profissional demonstrar ceticismo ou pessimismo, tornando o ambiente pior do que ele já é para o seu potencial cliente, poderá perdê-lo.

Ainda que ela não saiba o motivo, a pessoa não se sentirá confortável para evoluir a conversa para um possível fechamento. Ela simplesmente vai pensar ou dizer, “não sei o que foi, mas não gostei desse advogado”.

É seu dever, como profissional, motivar o seu potencial cliente, criar um ambiente agradável e com perspectivas de decisões múltiplas para soluções dos fatos que estão sendo colocados sob seus cuidados.

4. Segredo do marketing

Como já ressaltado, uma boa mensagem de marketing não se parece com uma mensagem de marketing. Por exemplo: o Super Homem, herói alado que usa roupa azul e vermelha e é vulnerável apenas a Kriptonita, é uma ótima representação de marketing, pois representa as cores dos Estados Unidos, é invencível e vulnerável apenas por uma substância que não existe no mundo. Luta pelos valores da liberdade (liberalismo).

Com todos esses elementos, passa uma mensagem contra a União Soviética no período da guerra fria, mas não há nada explícito. Isso significa que você, enquanto advogado, deve transmitir mensagens que informem, implicitamente, que é um especialista. O único e melhor profissional apto a resolver as questões do seu público alvo.

Além disso, nas suas mensagens, é preciso acentuar a sua autoridade sobre um determinado assunto, sem dizer diretamente. Para isso, reforce os seus pontos positivos usando as palavras certas. Em vez de dizer que é um especialista em marketing jurídico, por exemplo, por que não dizer as qualidades que elevam-o a esse patamar?

5. Spam: suas mensagens de marketing serão ineficazes se perturbarem as pessoas

Pensando em marketing, se uma pessoa estiver interessada em adquirir um carro e recebe uma mensagem de marketing sobre serviços advocatícios, será que ela vai se interessar pelo que se tem a dizer? Enviar mensagens ou boletins informativos, por qualquer veículo de comunicação, sem autorização prévia, além de ser ineficaz é uma prática que viola o Código de Ética da OAB.

Mas como pedir autorização das pessoas? Atualmente, com os avanços da internet, é possível atingir um número elevado de pessoas interessadas sobre o que se tem a dizer. Para isso, pode-se criar o seu próprio site oficial na internet e assim alcançar pessoas que busquem no Google por escritórios de advocacia em sua região, entre outros benefícios.

Depois, instale em seu site um formulário de contato por meio do qual a pessoa pode deliberadamente autorizar o recebimento de boletins informativos. Essa prática, além de ser extremamente eficaz, porque vai selecionar o público ideal, possibilita que se inicie um diálogo e consequentemente construa os pilares da sua autoridade como profissional. E o melhor de tudo é que se está agindo em conformidade com a ética profissional e de mercado.

6. Cumprimento das promessas

Hoje em dia, conquistar a confiança das pessoas é um trabalho árduo. Fazer uma promessa e não cumpri-la, por mais banal que seja, vai abalar a imagem que se trabalhou duro para sedimentar. Portanto, jamais blefe.

Se prometer algo aos seus pares ou aos seus clientes, cumpra. Se disse que vai retornar a ligação, retorne. Se disse que buscará uma resposta para um determinado problema, encontre e informe aos seus pares.

Blefar é a mais desleal das atitudes que se pode ter com seus clientes e principalmente consigo mesmo, pois estará sabotando a construção dos elementos que constituem o seu sucesso como advogado. Seja íntegro e não blefe. Se prometeu, cumpra.

7. Segredo do seu nicho

Beleza física e um escritório elegante ou bem localizado não são razões pelas quais as pessoas procurarão um advogado. Pelo contrário: a clientela busca por um profissional para corresponder aos seus interesses.

O que é preciso fazer, então, é construir a melhor mensagem para atingir os pontos de interesse do seu cliente. Se você é um especialista em divórcio ou em sucessão patrimonial, por exemplo, sua mensagem de marketing deve ser direcionada a pessoas que buscam solucionar questões sobre esse tema.

Para isso, é possível escrever um artigo sobre as implicações patrimoniais em um pedido de divórcio para quem possui imóveis em comum ou conta bancária conjunta. Como fica essa questão se o casal contribuiu para construir esse patrimônio de forma não igualitária?

Esse é um assunto que instiga as pessoas que atravessam essa situação e que passam a ter o autor do texto como ponto de convergência na esfera de interesse. Guarde bem esse segredo.

8. O seu valor

Valor é diferente de preço. O que se está disposto a pagar é o que representa o valor. Preço é a quantificação numérica de um produto ou serviço. Uma pessoa que está prestes a ir para a cadeia pagaria vultosas somas em dinheiro pela liberdade, desde que ela se convença de que vale a pena investir, ainda que haja riscos.

A maneira como as mensagens de marketing são conduzidas vai determinar o quanto vale o seu trabalho. As pessoas devem enxergá-lo como a única — ou a melhor —solução para os próprios problemas. E, se forem construídas mensagens estratégicas (e genuínas), a tarefa não será tão complexa. Essa é a diferença na hora de cobrar honorários exclusivos ou honorários medíocres.

9. Encarando as críticas como um termômetro

Receba as críticas com satisfação. Se alguém se deu ao luxo de parar para criticá-lo é porque a sua mensagem está causando um efeito, o que significa que está no caminho certo.

Quem gosta da sua mensagem aceita e continua aceitando a recorrência delas — e isso é um ótimo sinal. Mas, caso surjam críticas do seu público, esse é o quadro ideal para entender como melhorar, já que as críticas são importantes para situá-lo em um contexto de ações ou trabalho praticado.

Quando alguém redige uma petição e pede outra pessoa para ler e fazer as devidas considerações, por exemplo, o que se pretende é melhorar o resultado do trabalho. O mesmo ocorre com as críticas. Por isso, receba-as bem: apesar de gratuitas, têm efeito de consultoria.

10. Confiança

Conquistar a confiança do seu público-alvo é um processo contínuo. O ser humano deposita confiança em uma pessoa após conhecê-la e gostar dela. Portanto, a confiança só se estabelece após a consolidação dos dois elementos anteriores.

Assim, a recorrência da sua mensagem tem um só objetivo: estabelecer a confiança do seu público-alvo para ser o profissional número um em determinado nicho. Segundo estudos na área de publicidade, uma pessoa passa a criar vínculos de confiança após sete incidências da sua mensagem.

A conclusão a que se chega é que sua mensagem não pode ser esporádica, ou seja, o processo de marketing deve ser contínuo, de qualidade e duradouro para se criar uma relação de confiança com o público alvo.

Meios de se fazer marketing jurídico

Marketing de conteúdo

Aprovado pelo Código de Ética, o marketing de conteúdo consiste na veiculação, em blogs e sites do próprio escritório de advocacia, de posts informativos sobre temas da especialidade dos advogados, voltados para potenciais clientes.

Esse tipo de marketing fortalece a credibilidade do advogado e o confere autoridade no meio jurídico na sua área de atuação o que, consequentemente, implica conquista de mais clientes.

Participação em eventos jurídicos

Uma boa estratégia de marketing é estar presente nos eventos jurídicos, pelo menos nos mais importantes e mais bem vistos pela sociedade jurídica. Mas, além de estar presente, é interessante participar como palestrante ou como moderador de painel.

Isso porque o advogado tem a oportunidade de ser visto e lembrado como autoridade no assunto, conferindo ainda mais credibilidade ao seu trabalho.

Participação em plataformas jurídicas

A participação em canais especializados como o Juris Correspondente é uma ótima oportunidade de fazer o marketing jurídico. Essas plataformas oferecem boas oportunidades de conexão com outros profissionais, permitindo a troca de experiências e exposição de seu conhecimento para o público de maneira atrativa e inteligente.

Dessa forma, fazer marketing jurídico é possível e é permitido pelo Código de Ética, basta observar as limitações legais e agir, sempre, com respeito à profissão e aos colegas. Além disso, se você quiser maximizar a sua visibilidade e suas estratégias, não deixe de conferir O Guia Completo de Estratégias de Marketing Jurídico para sua carreira e/ou escritório.

Gostou do post? Existe algum outro mandamento que você considera imprescindível? Comente conosco.

9 erros graves cometidos por advogados recém-contratados

Começar a carreira em um escritório de advocacia ou no departamento jurídico de qualquer empresa é sempre um desafio, afinal, advogados recém-contratados ainda não sabem ao certo como funciona a dinâmica dos procedimentos internos, quais são as relações entre os profissionais que ali trabalham e muito menos quais são os tipos de personalidade contidos naquele ambiente. Como lidar com todas essas novidades sem grandes tropeços? Pois foi exatamente pensando em ajudá-lo a evitar cometer erros de advogados iniciantes que resolvemos preparar o post de hoje. Pronto para começar sua carreira com o pé direito? Então veja o que não fazer:

Arrogância intelectual

Esse é um dos piores erros normalmente cometidos por advogados recém-contratados. Para evitá-lo, lembre-se de que é preciso entender que cada caso, processo e consultoria tem uma estratégia distinta, que deve se adequar às necessidades dos clientes. Afinal de contas, nem sempre os artigos que você memorizou para a prova da OAB realmente condizem com a prática dos tribunais.

Resistência a conselhos

A experiência é um dos fatores mais importantes para se alcançar a qualidade do serviço jurídico, afinal, advogados mais experientes conhecem há anos as estratégias dos tribunais, as argumentações mais pertinentes para cada caso e até mesmo as melhores práticas internas dentro do escritório. Por isso, procure ouvir e aceitar seus conselhos, como se esses profissionais fossem mentores.

Impaciência processual

A impaciência em relação ao andamento processual e de outros projetos em curso é mesmo uma grande inimiga da perfeição no cotidiano do advogado recém-contratado. Mas atenção: isso definitivamente não significa que você tenha todo o tempo de mundo para elaborar suas peças, ok? Só é preciso respeitar o andamento natural de alguns processos, bem como evitar que isso prejudique seu relacionamento com colegas de escritório e servidores públicos.

Atrasos frequentes

Esse é um erro que inevitavelmente gera uma péssima reputação nos escritórios de advocacia. Pode até ser que você não tenha hora para sair do escritório, mas é imprescindível estar presente quando seu chefe ou seus colegas de equipe precisam de você!

Procrastinação no trabalho

Procrastinar durante as horas de trabalho é um péssimo hábito que prejudica sua produtividade e passa uma impressão muito pouco profissional para seus colegas. Assim, comece evitando usar redes sociais e aplicativos de conversa durante o expediente. Com o tempo, esse esforço se tornará natural! E se quiser conhecer mais dicas sobre como vencer a procrastinação, confira nosso artigo sobre Como vencer a procrastinação e se tornar mais produtivo!

Falta de embasamento

Antes de criticar e opinar sobre qualquer processo, estratégia ou opinião jurídica alheia, procure embasar seu posicionamento por meio de fatos e dados concretos. Para isso, esteja sempre preparado, procurando estudar doutrinas e decisões mais recentes do STJ e também de tribunais estaduais. Conhecimento nunca é demais!

Negligência ao social

Relacionar-se bem com seus colegas de trabalho não significa, necessariamente, ser amigo de todos. No entanto, é importante evitar criar um ambiente de conflitos, principalmente se você acabou de chegar ao escritório. Para isso, fuja de fofocas, procure conhecer seus colegas e participe das conversas no horário de folga!

Descontrole sobre prazos

É imprescindível para qualquer advogado — seja ele apenas um recém-contratado ou a prata da casa — controlar bem seus prazos. Afinal de contas, qualquer erro nessa contagem pode ser fatal para seus clientes, para o escritório e, consequentemente, para seu futuro. Para não correr esse risco, mantenha uma agenda — física ou virtual — com todos os prazos sob sua responsabilidade e adquira o hábito de verificá-la diariamente.

Falha de sigilo

Independentemente do cliente ou do assunto, advogados precisam manter total sigilo sobre seus clientes e suas demandas. E é aí que muitos advogados recém-contratados costumam pecar, comentando com familiares e amigos sobre assuntos polêmicos ou clientes notórios. Esse erro pode custar seu emprego e sua reputação! E se quer saber mais sobre a sua importância não deixe de ler nosso artigo sobre a Importância do sigilo no trabalho do advogado correspondente!

Agora que você já está a par dos principais erros de advogados a evitar, que tal colocar algumas dessas dicas em prática? Por se tratar de uma questão não só profissional, mas também ética, não deixe de conferir o nosso e-book: O Código de Ética da OAB e seus principais pontos.

 

Grandes Advogados da História do Brasil: Luís Gama

Patrono da Academia Paulista de Letras, advogado, poeta, jornalista e um dos mais famosos abolicionistas da história do Brasil, Luís Gama foi uma figura importante de nossa história no século XIX, e dono de uma carreira brilhante e renomada. Entretanto, ele tinha tudo para não ser nada disso: negro, filho de mãe africana, ele foi escravo na infância. Já adulto, lutou para impedir que outros sofressem o mesmo que ele.

Continuando a série “Grandes Advogados”, iniciada há duas semanas com Rui Barbosa, hoje iremos contar sobre outro advogado essencial que lutou por um Brasil mais justo e igualitário.

Infância e Juventude

Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em 21 de junho de 1830, em Salvador. Ele era filho da africana Luiza Mahin, da tribo Mahi (daí seu nome). Alforriada em 1812, Luísa sobrevivia vendendo quitutes na capital baiana. Seu filho Luís nasceu de sua união com um soldado português.

Luísa era uma figura importante entre os negros baianos, tendo participado de todos os levantes de escravos ocorridos na Bahia naquela época, como a Revolta dos Malês, em 1835, e a Sabinada, ocorrida entre 1837 e 1838.

Sobre sua mãe, Luís Gama escreveu, em 1880, em carta autobiográfica ao jornalista Lúcio de Mendonça:

“Sou filho natural de uma negra, africana livre, da Costa Mina (Nagô de Nação) de nome Luiza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Minha mãe era baixa de estatura, magra, bonita, a cor era de um preto retinto e sem lustro, tinha os dentes alvíssimos como a neve, era muito altiva, insofrida e vingativa. Dava-se ao comércio – era quitandeira, muito laboriosa, e mais de uma vez, na Bahia, foi presa como suspeita de envolver-se em planos de insurreições de escravos, que não tiveram efeito. Era dotada de atividade.
Em 1837, depois da Revolução do dr. Sabino, na Bahia, veio ela ao Rio de Janeiro e nunca mais voltou.[…] Em 1862, soube, por uns pretos minas que conheciam-na e que deram-me sinais certos, que ela, acompanhada de malungos desordeiros, em uma “casa de dar fortuna”, em 1838, fora posta em prisão; e que tanto ela como os seus companheiros desapareceram. […] Nada mais pude alcançar a respeito dela”.

Quando Luís tinha dez anos, porém, o seu pai, para quitar dívidas de jogos, vendeu o garoto como escravo, que foi levado primeiro para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo. Lá, Luís foi comprado pelo alferes Antônio Pereira Cardoso, um proprietário de fazenda no interior de São Paulo.

Luís Gama permaneceu analfabeto até os 17 anos de idade, quando o alferes recebeu a visita do estudante de Antonio Rodrigues do Prado Júnior, que ensinou o jovem a ler e a escrever. No ano seguinte, Luís fugiu e se juntou ao exército, servindo como soldado pelos próximos seis anos.

Carreira como jornalista e advogado

Em 1864, Luís Gama, junto ao caricaturista Ângelo Agostini, fundou aquele que seria considerado o primeiro jornal ilustrado humorístico de São Paulo. Ali começava sua carreira como poeta satírico, escrevendo sob os pseudônimos de Afro, Getulino e Barrabás. Suas sátiras, de cunho progressista, miravam a aristocracia e os poderosos da época.

Enquanto isso, Gama, um autodidata, se dedicava ao estudo das leis. Ele havia tentado estudar formalmente, no Curso de Direito do Largo do São Francisco (hoje em dia, a Faculdade de Direito da USP), porém, devido à cor de sua pele, ele enfrentou a hostilidade de seus colegas e dos próprios professores. Assim, Luís acabou não se formando, porém, isto não o impediu de que, na década seguinte, ele atuasse como um dos mais ferrenhos defensores do abolicionismo no Brasil.

Estima-se que Luís Gama, graças à sua atuação como advogado, tenha libertado mais de 500 escravos no Brasil. Para isto, ele tinha a seu favor uma oratória impecável e um imenso conhecimento jurídico. Sua luta ao lado dos escravos pela libertação dos mesmos lhe garantiram apelidos como o “amigo de todos” ou o “apóstolo negro da abolição”.

E não apenas os escravos negros que foram ajudados por Luís Gama: ele era famoso por defender os pobres de qualquer raça, inclusive imigrantes europeus. Inclusive, consta que ele tinha em sua casa uma caixa de moedas, que dava para aqueles em dificuldade que vinham procurá-lo.

Entre suas frases mais famosas do período, está a polêmica “O escravo que mata o senhor, seja em que circunstância for, mata sempre em legítima defesa“, que provocou tanto alvoroço no tribunal que o juiz se viu obrigado a suspender a sessão.

Seu amigo, o também poeta Raul Pompéia, escreveu em homenagem ao companheiro:

“…não sei que grandeza admirava naquele advogado, a receber constantemente em casa um mundo de gente faminta de liberdade, uns escravos humildes, esfarrapados, implorando libertação, como quem pede esmola; outros mostrando as mãos inflamadas e sangrentas das pancadas que lhes dera um bárbaro senhor; outros… inúmeros. E Luís Gama os recebia a todos com a sua aspereza afável e atraente; e a todos satisfazia, praticando as mas angélicas ações, por entre uma saraivada de grossas pilhérias de velho sargento. Toda essa clientela miserável saía satisfeita, levando este uma consolação, aquele uma promessa, outro a liberdade, alguns um conselho fortificante. E Luís Gama fazia tudo: libertava, consolava, dava conselhos, demandava, sacrificava-se, lutava, exauria-se no próprio ardor, como uma candeia iluminando à custa da própria vida as trevas do desespero daquele povo de infelizes, sem auferir uma sobra de lucro. […] Pobre, muito pobre, deixava para os outros tudo o que lhe vinha das mãos de algum cliente mais abastado.”

Morte e Legado

Luís Gama faleceu aos 52 anos, em 24 de agosto de 1882 – quase seis anos antes da Lei Áurea, que encerrou a escravidão no Brasil. Consta que o cortejo de cortejo que carregou seu corpo pelas ruas de São Paulo reuniu uma verdadeira multidão. Pessoas de todas as classes disputavam a chance de carregar seu esquife.

Mesmo sem ter visto a abolição da escravatura, Luís Gama ainda permaneceu como um dos maiores defensores dos direitos dos negros, dos pobres e dos escravos no Brasil. E, apesar de não ter completado o curso de Direito, sua atuação incansável a favor dos mais humildes inspirou e inspira jovens advogados até os dias de hoje.