Na grande maioria das vezes, o clímax de um filme jurídico acontece no tribunal. Nestas cenas, advogados e promotores duelam sobre o destino dos réus, lutam por causas polêmicas e as verdades vêm à tona, por mais duras que sejam. É também durante estas sequências em que o elenco entrega suas melhores performances (algumas dignas de estatuetas do Oscar), e respondem pelos momentos mais emocionantes do longa.
Dando continuidade à nossa série de matérias especiais sobre o universo jurídico na cultura pop, selecionamos abaixo as cinco melhores cenas de tribunal já vista nas telas do cinema:
5. “Imaginem se ela fosse branca” – Tempo de Matar
Hoje conhecido por seus papéis como os protagonistas de Clube de Compras Dallas e Interestelar, Matthew McConaughey foi o responsável por interpretar o advogado Jake Brigance, que defende Carl Lee Hailey (Samuel L. Jackson) de uma acusação de assassinato, neste thriller de 1996, sobre o qual falamos em nossa coluna sobre John Grisham. Na época, o papel de McConaughey mais conhecido era em O Massacre da Serra Elétrica – O Retorno, e coube a ele ser o protagonista do longa, que tinha como coadjuvantes atores famosos como Jackson, Sandra Bullock, Kevin Spacey e Kiefer Sutherland. E, a julgar por esta cena, pode-se dizer que McConaughey conduziu o papel com brilhantismo.
No longa, depois que sua filha de dez anos de idade é brutalmente estuprada, no estado americano do Mississipi, Carl Lee, sabendo que os criminosos sairão impunes, atira neles na porta do tribunal. Jake é o advogado que deve defendê-lo, e, para isto, enfrenta o promotor Rufus Buckley (Spacey). Inicialmente, a defesa de Jake é superada.
Ao final do longa, Jake deve se dirigir para um júri feito apenas por pessoas brancas. É então que ele entrega um monólogo comovente sobre a natureza humana, e pede aos jurados para que imaginem, sem deixar de fora nenhum detalhe terrível, os horrores que os estupradores infligiram na pobre garota. “Agora, imaginem se ela fosse branca”, conclui.
A interpretação de McConaughey foi o suficiente para torná-lo um dos atores mais requisitados de Hollywood desde então, fazendo desde comédias românticas e aventuras até dramas e suspense.
4. Alerta Vermelho – Questão de Honra
Mais conhecida pela dura fala do Coronel Nathan Jessup (Jack Nicholson), “You can’t handle the truth!” (“você não suportaria a verdade!”), que virou até meme na internet, a verdade é que esta sequência é uma das mais poderosas de nossa lista, graças às atuações estelares de astros como Nicholson, Demi Moore e Tom Cruise.
O longa conta a história de dois fuzileiros navais levados à corte marcial por assassinato de um soldado. Seus defensores são o tenente Daniel Kaffee (Cruise), um advogado da Marinha que nunca viu o interior de um tribunal, e a Tenente-Comandante Joanne Galloway (Moore). Os dois fuzileiros alegam que agiram sob ordens superiores. A suspeita de Kaffee é que ocorreu um “Alerta Vermelho”, uma punição em que um oficial ordena a seus subordinados que castiguem um soldado que tenha se comportado mal.
No explosivo clímax do longa, Kaffee toma a corajosa decisão de chamar o Coronel Jessup como testemunha, suspeitando que ele tenha sido o responsável por dar a ordem. Desde o início, o longa deixou claro a dominância de Jessup sobre Kaffee, que, mesmo assim, não hesita em enfrentar o oficial, numa dura batalha que mostra toda a arrogância e a crueldade do oficial.
3. Dupla personalidade – As Duas Faces de um Crime
Este dramático longa, que revelou o talento de Edward Norton, conta a história de Martin Vail (Richard Gere), um advogado que adora permanecer nos holofotes. Quando Aaron Stampler, um coroinha (o papel de Norton) é acusado de ter assassinado o arcebispo de Chicago, Vail vê a chance de ficar novamente na mídia. Sabendo da notoriedade do caso, o sujeito decide defender o jovem sem lhe cobrar nada. Nos tribunais, ele deverá enfrentar a conceituada promotora Janet Venable (Laura Linney), sua ex-mulher.
Porém, o que parecia ser um caso simples logo ganha contornos perturbadores com a descoberta de que o arcebispo abusava sexualmente de Stampler. Quando Vail confronta o jovem, ele descobre da pior forma que seu cliente sofre de transtorno de múltiplas personalidades, e tem como alter-ego o violento assassino conhecido como Roy.
Na sequência do julgamento final, Stampler, chamado para testemunhar, é confrontado por Venable, que o leva até o limite, numa sequência chocante em que ele assume a identidade de Roy e começa a sufocá-la. E, no entanto, o longa ainda tem espaço para mais uma chocante reviravolta, ao final.
2. O julgamento do macaco – O Vento será Tua Herança
Um dos mais famosos filmes de tribunal do cinema, o longa é uma adaptação ficcionalizada do julgamento de John Scopes, ocorrido no Tennessee, em 1925, conhecido como “julgamento do macaco”. No longa, Scopes, rebatizado como Bert Cates (Dick York), é condenado por ensinar numa escola o Evolucionismo de Charles Darwin, violando, portanto, uma lei estadual. Preso e hostilizado pelos moradores da cidade, em especial o fanático Reverendo Brown, que incita a população contra o professor.
O advogado de Cates, Henry Drummond (Spencer Tracy), logo se vê numa posição difícil, pois, além de enfrentar o extremismo e a hostilidade dos moradores e do próprio júri e do juiz, Drummond tem como adversário seu antigo rival, Matthew Harrison Brady (Fredric March).
O duelo dos dois chega ao clímax quando Drummond decide utilizar sua arma secreta contra o adversário para derrotá-lo em seu próprio jogo: a Bíblia. Chamado ao banco das testemunhas, Drummond confronta Brady com as contradições das próprias Escrituras, e elabora um argumento poderoso a favor da liberdade de pensamento. Uma grande cena, com performances brilhantes de Tracy e March, num filme imperdível.
1. Todos os homens são criados iguais – O Sol é Para Todos
Em nossa coluna sobre os clássicos dos filmes jurídicos, já abordamos este grande longa, que, além de ser um dos maiores dramas de tribunal da história, também é um argumento a favor da tolerância. A história, contada sob o ponto de vista de duas crianças, fala sobre o íntegro advogado Atticus Finch (Gregory Peck), que defende um jovem negro, Tom Robinson (Brock Peters), acusado de estuprar uma mulher branca.
Atticus, assim, deve enfrentar o preconceito racial dos moradores da cidade, e, mesmo sabendo que suas chances de vitória são mínimas, ele sabe que é seu papel enquanto advogado e enquanto pai lutar sempre por justiça. Assim, ao fim do longa, ele entrega um grande discurso para jurados feitos apenas por brancos para que deixem de lado seu preconceito e se foquem nas evidências óbvias da inocência de seu cliente.
A importância de Atticus Finch para a história do cinema é tanta que ele foi eleito o maior herói cinematográfico do século XX pelo American Film Institute, à frente de ícones como Luke Skywalker e Indiana Jones. Se você ainda não viu este clássico, não perca mais tempo.
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E você, o que achou da coluna de hoje? Quais são suas cenas de tribunal preferidas?
Meu primo Vynnie. Mostra o advogado de primeira viagem defendendo seu primo e um amigo deste de um assassinato de um comerciante de uma cidadezinha do Alabama. Todas as provas e testemunhas do crime incriminam a dupla, mas, eles contam a malandragem do inexperiente, azarado e cômico advogado Vinnie, papel genial de Joe Pesci, para tentar salvar a dupla da cadeira elétrica.
Atticus, assim, deve enfrentar o preconceito racial dos moradores da cidade, e, mesmo sabendo que suas chances de vitória são mínimas
Atticus, se ele encontrar os habitantes da cidade, ele deve vencer como no filme https://filmesonline4k.tv/5247-hostiles-2017.html
Procuro por um filme que lembro somente de uma cena no Tribunal de Júri. A cena mostra o advogado de defesa tomando o veneno mortal que serviu de prova contra seu cliente.
O júri, perplexo, absolveu o acusado.
No prédio ao lado do Tribunal havia sido montado um mini hospital para promover atendimento de emergência ao Advogado, com lavagem estomacal e outros procedimentos…
Era filme sobre os tempos da Máfia, em Nova Iorque, nos anos 30/40…