5 advogados que são verdadeiros (super) heróis

Que o advogado é um profissional que luta pela justiça e pelos direitos do cidadão, todos nós já sabemos. Porém, no fantástico mundo dos quadrinhos (e do cinema e da TV), os profissionais da lei podem não apenas combaterem criminosos nos tribunais como também com os próprios punhos, mesmo sendo cegos ou verdes. Vamos conhecer esses incríveis super-heróis da lei?

1-) Demolidor

Este famoso herói dos quadrinhos Marvel foi criado em 1964 pelo mago das HQs Stan Lee (também responsável pelo Homem-Aranha, os X-Men e vários outros), junto com os artistas Bill Everett e Jack Kirby. Lee, na época, promovia uma verdadeira revolução nos quadrinhos de super-heróis, adicionando novas camadas de complexidade e dramas mais humanos, e não foi diferente com o Demolidor: Matt Murdock é um sujeito que, na infância, perdeu a visão após um acidente, porém acabou ganhando novas habilidades como um “senso de radar” que o permite “sentir” o ambiente ao seu redor, além de uma audição melhorada.

Ele é criado por seu pai, o boxeador Jack “Batalhador” Murdock, que ensina fortes valores morais a seu filho. Porém, após vencer uma luta que ele deveria perder, Jack acaba assassinado por bandidos, o que gera em Matt um grande desejo de ajudar sua vizinhança a se livrar da criminalidade. Assim, quando adulto, ele se forma em Direito e, com a ajuda de seu amigo na faculdade Foggy Nelson, a dupla abre um escritório de advocacia cuja missão é ajudar as pessoas mais humildes de seu bairro. Durante o dia, Matt é um defensor justo e idôneo, sempre disposto a ajudar os mais pobres e, à noite, ele se veste como o Demolidor, um super-herói que usa de suas novas habilidades atléticas para combater o crime.

Apesar de sua complexidade, o personagem teve uma história irregular na editora, e só foi atingir o estrelato na década de 1980, na fase escrita por Frank Miller. O quadrinista colocou o herói em tramas sombrias e violentas, que definiram seu estilo mais soturno, e o levaram ao ápice de sua popularidade na Marvel. Mais recentemente, a fase escrita por Mark Waid também angariou elogios da crítica, dos fãs, além de vários prêmios Eisner (o “Oscar” das HQs). Procure por estas duas, se você quiser conhecer melhor o personagem.

Nas telas, o Demolidor estreou com um lamentável filme, em 2003, estrelado por Ben Affleck, que foi um fracasso de crítica (e também gerou outro longa pior ainda, o horrendo spin-off Elektra). Porém, recentemente, a Netflix deu uma nova chance ao Homem Sem Medo, com uma série em 13 episódios, que recontava sua origem e era um retorno ao seu estilo mais violento e soturno. Contando a história do conflito entre o Demolidor e o vilão Wilson Fisk (também conhecido como “Rei do Crime”), a série foi elogiada por público e crítica, e já tem uma segunda temporada a caminho, em 2016. Com certeza vale uma maratona no fim de semana.

2-) Mulher-Hulk

Prima de Bruce Banner, mais conhecido como o temível Hulk, Jennifer Walters também foi infectada por “Raios Gama, o que fez com que ela também se transformasse num monstro verde. Porém, diferentemente do Hulk, Jen (como é carinhosamente apelidada) é capaz de manter o controle mesmo em sua forma mais “monstruosa” (que acabou se tornando definitiva).

Próximos durante a infância, Bruce e Jennifer acabaram seguindo por caminhos diferentes quando adultos. Jen se formou em Direito e se tornou uma advogada inteligente, feroz e idealista, sempre disposta a lutar pelo direito dos mais pobres e das minorias nos tribunais. Um dia, porém, ela recebeu a visita de Banner, algum tempo depois do primo virar o Hulk, que queria restabelecer os laços com a prima. Naquela ocasião, porém, ela acabou sofrendo um atentado pelas mãos de bandidos. Perdendo sangue rapidamente, Banner percebeu que ele era a única pessoa que poderia salvá-la, pois ele era um doador compatível. O problema era que o sangue do cientista já estava infectado com os raios Gama, os mesmos que também eram responsáveis por transformá-lo no Hulk. Dessa forma, Jennifer também foi infectada, e, quando os mesmos criminosos tentaram ataca-la, ela se transformou numa espécie de versão feminina do Hulk: verde, grande e extremamente forte.

Porém, ao contrário de seu primo mais famoso, a Mulher-Hulk, como ficou conhecida, consegue manter sua personalidade mesmo com o corpo transformado – embora, assim como o Hulk, ela ganhe tamanho e força conforme se enraivece. Mantendo o idealismo, ela luta tanto nos tribunais quanto fora deles pela justiça. Com uma personalidade mais, digamos, amigável que a do primo, Jen já foi parte de uma série de super-equipes do universo Marvel, como os Vingadores, os Heróis de Aluguel, Quarteto Fantástico, Defensores e a S.H.I.E.L.D., e inclusive chegou a defender a existência de seu universo (!) perante o Tribunal Vivo, uma poderosa entidade cósmica. Ela é mais um dos casos de uma personagem criada para ser a típica contraparte feminina de um herói masculino famoso, e acabou ganhando sucesso próprio, com sua combinação de inteligência e força.

Por enquanto, infelizmente, não há planos de leva-la para as telas. Porém, com a expansão do chamado “Universo Cinematográfico da Marvel”, que se espalha por cinema, TV e VOD, quem sabe a empresa não dê uma chance a esta heroína?

3-) Nathan Petrelli

Interpretado por Adrian Pasdar na série Heroes, Nathan é um advogado ambicioso e pragmático, que almeja concorrer para senador. Entretanto, ele é um dos personagens que acaba ganhando um super-poder após um eclipse, no caso, a capacidade de voar. O problema é que, diferentemente da maioria dos super-heróis, Nathan não sai por aí combatendo o crime. Ele acaba vendo sua nova habilidade mais como um problema que pode atrapalhar seus planos políticos do que como uma bênção. Decididamente um anti-herói, Nathan tem uma relação complexa com seu irmão Peter (Milo Ventimiglia) e com sua mãe Angela, que pode estar envolvida numa perigosa conspiração.

A primeira temporada gira em torno da ameaça crescente do vilão Sylar, um serial killer com super-poderes, que pode provocar uma catástrofe. Um grupo desorganizado de pessoas que também descobriram seus poderes devem enfrentá-lo e impedir um futuro sombrio. Nathan, inicialmente incerto e cego por suas ambições, deve se unir ao seu irmão para impedir o desastre.

Nas temporadas seguintes (apelidadas de “Volumes”), Nathan enfrenta ameaças como um poderoso vírus e, no Volume 4 (a segunda metade da terceira temporada) ele chega ao ponto de se tornar o antagonista da série, com um plano do governo para aprisionar todas as pessoas com habilidades especiais. Mais tarde, porém, ele acaba traído e deve se juntar aos fugitivos.

A série, porém, sofreu com a irregularidade: depois de uma brilhante e premiada temporada de estreia, os Volumes seguintes não corresponderam às expectativas e a série teve seu melancólico fim na quarta temporada. Este ano, porém, o canal americano NBC irá dar uma nova chance à série com o reboot Heroes: Reborn. Infelizmente para seus fãs, porém, Nathan não estará na série – ao menos, não inicialmente. Enquanto isso, procure assistir ao excelente Volume 1 da série (e ignore os seguintes).

4-) Caçador – Mark Shaw e Kate Spencer

Na complicadíssima cronologia do universo da DC Comics, existem uma grande quantidade de heróis e anti-heróis com esse nome (Manhunters, no original), incluindo os Caçadores Cósmicos (inimigos da Tropa dos Lanternas Verdes) e o famoso Caçador de Marte (também conhecido como Ajax). Os que iremos tratar agora, porém, são duas figuras que assumiram o manto de Caçadores. O primeiro é Mark Shaw, um advogado que acaba ficando cada vez mais frustrado com a forma como os criminosos continuavam escapando da justiça. Seu tio Desmond, porém, o introduz à uma antiga seita de combatentes do crime, os Caçadores, androides criados pelos Guardiões de OA para manter a ordem intergaláctica. Os métodos violentos dos Caçadores, porém, fizeram com que os Guardiões se virassem contra eles.

Decididos a destruir seus criadores, os Caçadores, com ajuda de Shaw, enfrentam o herói Lanterna Verde e a Liga da Justiça. Shaw, porém, ao ver que estava trabalhando para robôs, mata o Grão-Mestre, o líder da seita. Na prisão, ele tem a oportunidade de se juntar ao Esquadrão Suicida e, mais tarde, ele se torna um caçador de recompensas, que captura bandidos por dinheiro, e alternou entre os postos de mocinho e vilão.

Alguns anos mais tarde, outra personagem viria a assumir o título (embora sem ligação com os vilões cósmicos): Kate Spencer também era uma advogada desgostosa com os criminosos que escapavam da prisão, e que decidiu combater o crime por conta própria. Contando com uma roupa formada por partes de uniformes de outros heróis e vilões (incluindo uma luva do Batman), Kate combatia o crime em Gotham City. Sua revista durou de 2004 a 2007, e tinha participações especiais de outros Caçadores, incluindo Shaw, Dan Richards, Chase Lawler e Kirk DePaul. Apesar disso, tais figuras até hoje permanecem como obscuros personagens do universo DC.

5-) Homem-Pássaro

Se todas os personagens do post são advogados que ganham super-poderes, o último fez o caminho inverso. O Homem-Pássaro, originalmente, foi um super-herói criado pela Hannah Barbera em 1967, que (você já imaginou) tinha asas que o permitiam voar, além de disparar rajadas de energia pelas mãos. Na década de 1990, ele foi ressuscitado pelo Cartoon Network como um coadjuvante deprimido e desempregado da animação para adultos Space Ghost Costa a Costa, e, em 2000, ele ganhou sua série própria.

Em Harvey, O Advogado, o Homem-Pássaro (agora rebatizado como Harvey) defendia nos tribunais antigos personagens da Hannah Barbera, em versões bizarras e exageradas: Salsicha e Scooby-Doo, por exemplo, são levados a julgamento por porte de maconha. Enquanto isso, os vilões que o Homem-Pássaro enfrentava na série dos anos 60 retornam como advogados defendendo o outro lado ou juízes.

As histórias frequentemente usavam um humor non sense, conforme os antigos ícones infantis recebiam qualidades mais humanas e realistas. Divertida e exagerada, a série foi elogiada pelo seu humor esperto, e foi exibida no bloco adulto do Cartoon Network, o Adult Swim.

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E você, conhece outros advogados super-heróis da ficção? E o que achou das sugestões? Deixe seu comentário aí embaixo.

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