Sabemos que o “entra e sai” de advogados acaba prejudicando as atividades do escritório, criando uma situação em que o cliente tem de lidar frequentemente com profissionais diferentes. Este quadro indesejável se faz notar de forma ainda mais acentuada em escritórios de pequeno porte, cujo grande diferencial é um atendimento mais personalizado e cuidadoso. Para reverter a problemática, é preciso adotar um conjunto de práticas que engloba desde o recrutamento até os postos mais altos com maiores responsabilidades: a ação chave, aqui, é reter os talentos no escritório.
Para te ajudar nesse desafio, preparamos um post com dicas eficazes. Vem conferir!
Fase de recrutamento e seleção
Muitos escritórios adotam como processo seletivo principal a contratação de estagiários em períodos intermediários do curso de Direito. Isso ocorre pela necessidade de se conhecer e distinguir os profissionais que “são” advogados dos profissionais que “estão” advogados. Sim, muitos profissionais advogam já pensando na carreira pública, apenas para cumprir os três anos de prática jurídica exigidos para os concursos da magistratura e do Ministério Público, por exemplo.
Durante o período de estágio, os advogados poderão avaliar de forma mais completa a personalidade, vocação e ambições do estagiário. Também o estagiário poderá conhecer melhor o escritório e identificar-se ou não com a carreira.
Ofereça perspectiva de crescimento: a importância do plano de carreira
Superado o processo de seleção de advogados, tendo escolhido apenas aqueles que, de fato, têm vocação e interesse pela advocacia, é necessário começar a pensar em um plano de carreira. Um dos fatores que mais desmotivam o profissional, fazendo com que ele considere outras opções, é a sensação de estar estagnado. O advogado deve sentir-se progredindo na carreira, sendo permanentemente avaliado, recebendo gradativamente atribuições de maior responsabilidade e tendo o seu trabalho e comprometimento reconhecidos. Um plano de aumento salarial, estabelecido com base na hierarquia de cargos, também deve ser contemplado: tenha em mente que a precificação, na advocacia, precisa se basear no aspecto interno (ou seja, na remuneração condizente com cada função) e no valor praticado no mercado, mantendo o equilíbrio com o salário estabelecido para o segmento.
Vale ressaltar, ainda, que a perspectiva de progresso no escritório, assim como a respectiva questão salarial, devem ser possibilidades completamente claras para os advogados. Ao primar pela transparência nesse sentido, a empresa evita a insegurança por parte dos colaboradores e evidencia que o bom desempenho é recompensado com o crescimento na carreira – e dentro do ambiente atual de trabalho.
Invista no capital humano
Muitos escritórios deixam de investir no profissional com o receio de que ele, a qualquer momento, possa desfalcar a equipe. Por outro lado, muitos profissionais decidem deixar o escritório justamente por sentirem que sua atuação acabou se tornando mecânica, sem possibilidades de expansão intelectual. Acreditamos que o gestor deve sair na frente e romper esse círculo vicioso. Algumas iniciativas simples podem ser adotadas, como convênios para a realização de cursos e palestras internas, apoio ao profissional que deseja dar continuidade aos estudos e organização de um periódico de circulação interna com artigos redigidos pelos próprios membros, dentre outras estratégias de motivação da equipe.
Para aumentar ainda mais a motivação da sua equipe, não deixe de conferir nosso artigo com 4 dicas de gestão de pessoas para seu escritório.
Considere modelos inovadores de gestão
Os modelos de gestão mais modernos têm tido uma aceitação muito grande dentro dos escritórios de advocacia. É bem verdade que o profissional do Direito pratica constantemente atos revestidos de formalidades mais solenes e, portanto, qualquer proposta de mudança deve ser vista com moderação. No entanto, isso não quer dizer que o expediente interno do escritório não possa se adaptar aos novos tempos com a implementação de uma gestão mais horizontal e participativa, bem como com o incentivo a uma comunicação mais espontânea e informal no ambiente de trabalho.
Por fim, resta alertar que o tema é vasto e não temos a pretensão de esgotá-lo! O mais importante, nesse sentido, é nos conscientizarmos da necessidade de se criar uma cultura de acordo com a qual o escritório e seus advogados cresçam juntos, o que certamente só acontecerá se o escritório puder contar com uma gestão eficiente que saiba identificar e reter seus talentos.
Gostou deste post? O que você já tem aplicado, na prática, para manter a motivação dos seus colaboradores em alta e os melhores advogados alinhados e comprometidos com o sucesso do escritório? Participe desse debate!