Guia do advogado: saiba qual é a postura adequada em uma audiência

O que fazer e como se portar em uma audiência são dúvidas frequentes para os advogados em início de carreira ou aqueles mais acostumados ao trabalho burocrático — fazendo peças e mais peças jurídicas e analisando contratos dentro das instalações de um escritório, sem participar tanto da vida do Fórum em circunstâncias de embate direto com outro causídico. O conhecimento jurídico deve guiar quem vai à audiência, sem dúvida, mas não é tão simples assim. Afinal, há todo um conjunto de regras a serem seguidas que, se não forem respeitadas, poderão resultar em situações constrangedoras para todos.

Que tal saber de alguns detalhes bem válidos para qualquer tipo de audiência, seja no âmbito civil, penal ou trabalhista? Então não deixe de conferir agora mesmo nossas dicas:

Cuidado com as roupas

O advogado deve se trajar de acordo com a formalidade da profissão, ou seja, preferencialmente com roupas mais sóbrias e que respeitem a famosa moral e os célebres bons costumes. Dessa forma, é necessário sempre evitar o excesso. Os advogados do sexo masculino devem se apresentar preferencialmente em ternos, de cores sóbrias. No caso das advogadas, vestimentas com decotes muito profundos ou roupas muito curtas estão, obviamente, fora de cogitação. Uma entrada imponente na sala de audiência tem início com a preparação, bem antes de se chegar lá. Então não pule essas etapas!

Seja pontual

É importante chegar cedo ao Tribunal onde a audiência ocorrerá, de maneira que, quando o pregão acontecer, você e o cliente estejam preparados para entrarem na sala. Ao adentrarem o aposento, cada parte senta em seu devido lugar, acompanhada de seu representante legal. Em uma audiência cível de conciliação ou de instrução e julgamento, o advogado do autor se senta à direita do magistrado, à mesa, e o advogado do réu se senta à esquerda, cada parte com seu representante. Nas audiências trabalhistas, no entanto, essa disposição se inverte. Se há dúvida sobre onde se sentar, não demonstre tensão, simplesmente deixando que o outro advogado tome seu assento primeiro. Depois, é só ocupar o lado contrário da mesa.

Caso você esteja com dúvidas, procure se informar com algum colega advogado mais experiente, que já esteve nestas situações, sobre a postura adequada para cumprir o ritual de uma audiência. Desta forma, você consegue evitar que haja insegurança de sua parte (fatal para o trabalho do advogado), na hora da audiência.

Atenção ao palavreado

Não use gírias, palavras de baixo calão ou expressões nada técnicas quando estiver diante do magistrado e da parte adversária na audiência. E não se esqueça de orientar o seu cliente a fazer o mesmo, guiando-o a, inclusive, evitar se expressar muito emocional ou ofensivamente. Comportamentos inadequados podem acarretar em punições, seja para você, seja para seu cliente. Afinal, o tribunal é um espaço cuja formalidade deve ser prontamente respeitada por todos os presentes.

É interessante, sempre no dia anterior, ou poucos dias antes, da audiência, que você explique ao seu cliente qual deve ser o comportamento correto no tribunal, diante do juiz. Oriente-o quanto aos rituais que ele deverá seguir, e explique para o cliente que as perguntas do juiz devem ser prontamente respondidas, sem rodeios, mas somente na exata medida do que for perguntado.

Transmita credibilidade

Cada audiência tem um conjunto de atos processuais específicos, o que vai variar bastante de acordo com cada caso — como a tentativa de conciliação, a fixação de pontos controvertidos, a fase probatória e as alegações finais, por exemplo. O mais importante é estar bem preparado, tanto no plano jurídico como no que diz respeito ao conhecimento daquele caso em especial, de modo que transmita grande credibilidade quando for se dirigir ao juiz ou à outra parte. Esse cuidado facilitará o convencimento favorável do magistrado, além de, claro, passar segurança ao seu cliente, que certamente estará enfrentando um momento difícil e decisivo de sua vida.

Conclusão

Com boas práticas e atenção a coisas simples, o advogado poderá cumprir muito bem seu papel e produzir uma excelente performance nas audiências de que fizer parte. Dessa forma, você será cada vez mais capaz de atrair novos clientes, e o respeito no mundo jurídico.

Depois de aprender qual a postura adequada em uma audiência, que tal assistir a série de vídeos feitas pelo Juiz de Direito José de Andrade Neto e se tornar Expert em audiências! Aproveite também para ganhar experiência prática vendo a atuação real de outros profissionais através do nosso parceiro Audiências Online.

E você, já passou por alguma atribulação em audiências? Como normalmente se prepara para esses eventos? Comente aqui ou em nossas páginas no Facebook e no Twitter e compartilhe suas experiências conosco!

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3 respostas para “Guia do advogado: saiba qual é a postura adequada em uma audiência”

  1. No caso, sempre procurei passar segurança para meu cliente, ainda que não estivesse segura se a Sua Excelência iria se convencer de minha argumentação jurídica. Acredito que o advogado que passa segurança, deixa transparecer que tudo está correndo bem na audiência, ainda que o profissional não domine muito o assunto. Isso se chama estratégia, acredito. No entanto, um fato me marcou profundamente no início de minha carreira: certa vez o Magistrado me perguntou do que o processo se tratava, pois ele não havia “entendido” o motivo de meu cliente ter ingressado com aquela Ação. Na verdade, tratava-se de um assunto bastante complexo que, de fato, até eu tive dificuldade para redigir a Petição. O que respondi à Sua Excelência? Simples assim: Excelência, na verdade essa questão do saldamento da CTVA está sobrestada no TST esperando um posicionamento do STF no que tange à competência jurisdicional (isso eu só tinha descoberto naquele mesmo dia!). Então, a Sua Excelência balançou a cabeça e determinou que se designasse outra Audiência. Foi um sufoco que passei, mas valeu como aprendizado, pois creio que antes de ingressar numa Audiência faz-se necessário o conhecimento pleno e o domínio jurídico do pleito! rsrsrs.

  2. Em uma audiência trabalhista a advogada da reclamante solicitou a guia da liberação do FGTS, e, como era dativo, ainda que tenha lido a inicial e a contestação, disse a ela, que ficasse a vontade para olhar na contestação. O juiz fez a liberação no ato.

  3. Prezado,verdade,pra iniciantes,coitados kkkkkkkkkkk a justiça esta tão ruim,juiz não l~e os autos,não recebem mais advogados,corregedoria corporativista e,assim vai,a justiça mineira está uma vergonha,CORREGEDORIA JUDICIÁRIA POPULAR,JÁ!!!exonerar esses maus juizes e não aumentar/auxilios no salário!!

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